terça-feira, 8 de outubro de 2013

RECONHECIMENTO... Leia até o fim

O velhinho chegou ao hospital para fazer um curativo na mão que havia machucado enquanto preparava um lanche para sua esposa.
Com pressa, pediu ao médico que o atendesse com rapidez, pois tinha um compromisso muito importante, e já estava atrasado.
O médico, cortês e curioso, perguntou o que ele tinha de tão urgente para fazer.
– Todas as manhãs eu vou visitar minha esposa na casa de repouso para idosos. Ela tem Alzheimer, e está bem avançado – respondeu o simpático velhinho, com um grande sorriso no rosto.
O médico então, preocupado com a situação, perguntou:
– Poxa, então hoje ela ficará preocupada com sua demora, não é verdade?
– Na verdade não. Ela já não sabe quem eu sou. Faz cinco anos que ela não me reconhece mais – respondeu o velhinho.
O médico então questionou:
– Mas então pra que tanta pressa, se ela nem sabe quem você é?
O velhinho então, sorrindo, bateu de leve no ombro do médico, e respondeu:
– Doutor, ela não sabe quem eu sou, mas eu sei muito bem quem ela é, e o que ela representa para mim.
O médico simplesmente calou.
Não sei se você já percebeu, mas nosso cotidiano nos distrai a tal ponto, que muitas vezes nos esquecemos das coisas mais importantes para nós e para aqueles que estão ao nosso redor. Uma dessas coisas é o reconhecimento.
Não falo do reconhecimento pelo que as pessoas fazem: por um bom trabalho, pela dedicação, pelo atingimento de metas, por uma boa nota na escola, pela provisão, ou por uma casa arrumada e cheirosa. Falo do reconhecimento pelo que as pessoas são: seres humanos, com sentimentos, emoções, talentos, limitações, sucessos, insucessos e, principalmente, com uma história pessoal.
Quanto tempo você dedica às pessoas que convive ou lidera, para conversar sobre a vida? Sobre o que estão sentindo, se estão bem, se precisam de algo, se existe alguma coisa que você possa fazer pra ajudar, se está tudo bem em casa? As pessoas não são apenas “recursos” para atingirmos objetivos e metas; são pessoas, e esperam ser reconhecidas como tal.
Quanto mais conhecemos e reconhecemos as pessoas e suas histórias, maior é a tendência de termos empatia por elas e, consequentemente, menos as julgamos. Em contrapartida, o inverso é também verdadeiro: quanto menos conhecemos, maior é a tendência de julgarmos e rotularmos as pessoas.
Portanto, coloque gente na sua agenda! Isso não significa apenas estar com as portas abertas e o telefone disponível para ajuda-las a resolver problemas de trabalho, casa ou escola, mas deixar estas coisas de lado por alguns minutos, e falar sobre pessoas, sentimentos e emoções, demonstrando interesse pelo ser humano que está a sua frente, e não apenas pelo que ele pode entregar.
Extraído de (Marco Fabossi).